Vivendo na rua , na lua
sem preconceitos
imaginação aflorando há milhões de anos luz
andando em passos miúdos
às vezes confusos
vibrando um som sem tabus
padecendo em muralhas do tempo
cabelos ao vento
um vento profundo
E a roda da vida rodando
em sua tragédia nua
a boca aberta gritando
seu grito sem som
os olhos vidrados
em seu olhar cego
mirando o horizonte
seu corpo imóvel
pairando no ar
uma imensa paixão
sem nenhuma razão
sem nenhum padecer.